Nota Metodológica Crucial: Os resultados a partir do 1T25 foram elaborados sob a nova regra contábil (Resolução CMN nº 4.966/21 ou IFRS 9). Essa mudança impacta a forma de reconhecer receitas e despesas com perdas esperadas, tornando a comparação direta com trimestres anteriores (2024) não linear. O ano de 2025 é classificado pela Administração como um "ano de ajustes" [Implícito].
O múltiplo P/L (Preço / Lucro por Ação) indica quantos anos de lucro um investidor levaria para "pagar" o preço atual da ação. Ele é calculado pela divisão do preço da ação pelo Lucro por Ação (LPA), geralmente utilizando o LPA acumulado dos últimos 12 meses (TTM - Trailing Twelve Months) [Implícito].
Para esta simulação, utilizamos o Lucro por Ação Ajustado dos Últimos 12 Meses (LPA TTM) encerrado em 30/09/2025. Este valor é calculado pela soma dos Lucros Líquidos Ajustados trimestrais (4T24: R$ 9,6 bi; 1T25: R$ 7,4 bi; 2T25: R$ 3,8 bi; 3T25: R$ 3,8 bi) e dividido pelo número médio ponderado de ações (aprox. 5,709 bilhões).
LPA TTM Ajustado (Set/2025) ≈ R$ 4,31 por ação.
| Período de Referência | Preço da Ação Utilizado (R$) | P/LPA (Preço / Lucro por Ação) 12 Meses | Fonte |
|---|---|---|---|
| Dez/23 | 27,70 | 4,70x | |
| Mar/24 | 56,62 (antes do desdobramento) | 4,71x | |
| Dez/24 | 24,17 | 3,91x | |
| Mar/25 | 28,19 | 4,84x | |
| Jun/25 | 22,09 | 4,59x | |
| P/L Implícito 3T25 (Calculado com LPA R$ 4,31) | |||
A tabela abaixo simula o múltiplo P/L utilizando o LPA TTM Ajustado de R$ 4,31 (base Set/2025), conforme os preços de ação solicitados:
| Faixa de Preço da Ação (R$) | P/L (Preço / R$ 4,31) |
|---|---|
| 17,00 | 3,94x |
| 18,00 | 4,18x |
| 19,00 | 4,41x |
| 20,00 | 4,64x |
| 21,00 | 4,87x |
| 22,00 | 5,10x |
| 23,00 | 5,34x |
| 24,00 | 5,57x |
| 25,00 | 5,80x |
O P/L TTM, quando calculado com os lucros ajustados mais recentes (até 3T25), apresenta um múltiplo de 5,34x para a cotação de R$ 23,00. Esse múltiplo reflete o impacto da queda do lucro anualizado, motivada pelos "ajustes" contábeis do IFRS 9 e o aumento do custo do crédito. Comparativamente, o P/L reportado em Dez/24 era de 3,91x, indicando que, apesar de o preço ter se mantido em patamares semelhantes (R$ 24,17 em Dez/24 vs R$ 23,00), a rentabilidade base (o lucro por ação) encolheu sob a nova regra de contabilização [Implícito]. O múltiplo de 4,59x foi reportado no 2T25 com a cotação a R$ 22,09.
O RSPL (Retorno sobre o Patrimônio Líquido Anualizado) é a razão entre o lucro líquido ajustado e a média do patrimônio líquido atribuível aos acionistas controladores. Este indicador é anualizado (multiplicação do resultado trimestral por quatro) [Implícito] e mede a eficiência do banco em gerar lucro a partir do capital próprio.
| Período | RSPL Anualizado (%) |
|---|---|
| 1T24 | 21,7% |
| 2T24 | 21,6% |
| 3T24 | 21,1% |
| 4T24 | 20,8% |
| 1T25 | (1,4)% |
| 2T25 | 4,0% |
| 3T25 | (0,3)% |
Em 2024, o RSPL se manteve em patamares elevados, variando entre 20,8% e 21,7%. A partir do 1T25, com a introdução da Resolução CMN nº 4.966/21 (IFRS 9), houve uma **forte retração**, com o RSPL entrando em terreno negativo no 1T25 (–1,4%) e novamente no 3T25 (–0,3%). Essa volatilidade e queda são consequência dos ajustes contábeis, especialmente o diferimento de receitas e custos pela taxa efetiva de juros e o aumento nas despesas com perdas esperadas. O RSPL acumulado do 9M25 foi de 11,2%.
O Lucro Líquido Ajustado é o lucro líquido gerencial excluindo itens extraordinários ou não recorrentes. Esses ajustes são feitos para proporcionar um melhor entendimento do desempenho recorrente do negócio.
| Período | Lucro Líquido Ajustado (R$ bilhões) |
|---|---|
| 1T24 | 9,300 |
| 2T24 | 9,502 |
| 3T24 | 9,515 |
| 4T24 | 9,580 |
| 1T25 | 7,374 |
| 2T25 | 3,784 |
| 3T25 | 3,785 |
| Acumulado 9M25 | 14,943 |
Houve uma estabilidade de lucro em 2024, em torno de R$ 9,3 bi a R$ 9,6 bi por trimestre. Em 2025, o lucro ajustado caiu drasticamente, estabilizando-se em R$ 3,8 bilhões no 2T25 e 3T25. O Lucro Líquido Ajustado acumulado nos 9M25 foi de R$ 14,9 bilhões, representando uma **queda de 47,2%** em relação ao 9M24 (R$ 28,317 bilhões). A administração revisou o guidance para o Lucro Líquido Ajustado de 2025 para um intervalo entre R$ 18,0 bilhões e R$ 21,0 bilhões.
O Custo do Crédito reflete a despesa do período para cobrir o risco de inadimplência. Até 4T24, era denominada PCLD Ampliada. A partir de 1T25, sob a IFRS 9 (Resolução 4.966/21), passou a ser Perda Esperada, calculada com base em três parâmetros (Probabilidade de Descumprimento, Perda Dado o Descumprimento e Exposição no Momento de Descumprimento) e considerando cenários prospectivos.
| Período | Metodologia | Valor (R$ milhões) | Variação T/T (%) |
|---|---|---|---|
| 1T24 | PCLD Ampliada | (8.541) | (14,4)% |
| 2T24 | PCLD Ampliada | (7.807) | (8,6)% [Implícito] |
| 3T24 | PCLD Ampliada | (10.086) | 29,2% |
| 4T24 | PCLD Ampliada | (9.263) | (8,2)% |
| 1T25 | Perda Esperada (IFRS 9) | (10.152) | 9,6% |
| 2T25 | Perda Esperada (IFRS 9) | (15.908) | 56,7% |
| 3T25 | Perda Esperada (IFRS 9) | (17.928) | 12,7% |
| Acumulado 9M25 | Perda Esperada (IFRS 9) | (43.987) | 66,4% A/A |
O Custo do Crédito (Perda Esperada) escalou significativamente em 2025, especialmente a partir do 2T25, com um aumento de 56,7% T/T e 12,7% no 3T25. O acumulado de 9M25 de R$ 43,987 bilhões é 66,4% maior que o 9M24. Esse aumento reflete o crescimento do risco, notavelmente impulsionado pela **dinâmica da carteira de agronegócios** [Implícito] e a necessidade de constituir provisões sob a metodologia IFRS 9.
Este indicador mostra o saldo total de PDD (ou Perda Esperada, B) como percentual da Carteira de Crédito (A). Ele mede a intensidade da provisão constituída em relação ao volume total de crédito concedido. Um aumento no percentual indica maior conservadorismo na provisão ou maior risco percebido na carteira [Implícito].
| Período (Final) | Saldo Carteira de Crédito (R$ bi) | Saldo Provisão / Perda Esperada (R$ mi) | Relação (B/A) | Metodologia |
|---|---|---|---|---|
| 1T24 | 1.021,7 [Implícito] | 57.050 [Implícito] | 5,58% | PCLD |
| 2T24 | 1.050,0 [Implícito] | 58.786 [Implícito] | 5,60% | PCLD |
| 3T24 | 1.064,4 [Implícito] | 62.192 | 5,84% | PCLD |
| 4T24 | 1.117,0 [Implícito] | 62.519 [Implícito] | 5,60% | PCLD |
| 1T25 | 1.103,5 [Implícito] | 78.735 [Implícito] | 7,13% | Perda Esperada (IFRS 9) |
| 2T25 | 1.115,2 [Implícito] | 84.088 [Implícito] | 7,54% | Perda Esperada (IFRS 9) |
| 3T25 | 1.111,7 [Implícito] | 90.853 [Implícito] | 8,17% | Perda Esperada (IFRS 9) |
O índice de provisão como percentual da carteira teve um aumento abrupto na transição para a IFRS 9 (de 5,60% no 4T24 para 7,13% no 1T25), refletindo a adoção de uma **visão prospectiva** de perdas. A relação continuou a subir em 2025, atingindo **8,17% no 3T25**, indicando que o Banco está constituindo provisões a um ritmo superior ao crescimento da carteira total, em resposta ao aumento do risco de crédito (Perda Esperada de R$ 90,853 bilhões) [Implícito].
É a relação entre o saldo total de provisões/perdas esperadas e o saldo das operações de crédito vencidas há mais de 90 dias (inadimplência). Um índice alto demonstra a capacidade do banco de cobrir integralmente sua carteira inadimplente com as provisões já alocadas [Implícito].
| Período | Índice de Cobertura +90d (%) |
|---|---|
| 1T24 | 234,9% |
| 2T24 | 193,9% |
| 3T24 | 210,2% |
| 4T24 | 199,4% |
| 1T25 | 184,8% |
| 2T25 | 179,2% |
| 3T25 | 165,9% |
Apesar da volatilidade, a tendência geral do Índice de Cobertura é de **queda acentuada** no período, refletindo a deterioração do risco de crédito e o aumento da inadimplência. Sob a IFRS 9 (2025), o índice caiu de 184,8% no 1T25 para **165,9% no 3T25**. No 3T25, o índice de cobertura do *New NPL* (novas perdas) no Agronegócio foi de 100,1%, indicando que a provisão do trimestre cobre o risco recém-formado nesse segmento sensível.
O INAD +90d é a razão entre o saldo de operações de crédito em atraso acima de 90 dias e o saldo total da carteira de crédito. Este é um indicador chave da qualidade da carteira [Implícito].
| Período | INAD +90d (%) |
|---|---|
| 1T24 | 0,4% (Banco Patagonia) |
| 2T24 | 0,5% (Banco Patagonia) |
| 3T24 | 0,5% (Banco Patagonia) |
| 4T24 | 0,5% (Banco Patagonia) |
| 1T25 | 0,7% (Banco Patagonia) |
| 2T25 | N/D (Consolidado) |
| 3T25 | N/D (Consolidado) |
Os dados consolidados de INAD +90d para o Banco do Brasil (excluindo Banco Patagonia) não estão explicitamente tabulados em percentual total para todos os trimestres no formato IFRS 9 (2025). No entanto, a análise qualitativa (relacionada ao Custo do Crédito e Cobertura) sugere que o risco tem se elevado. O índice INAD +90d no Agronegócio encerrou o 3T25 em **2,40%**, e na Pessoa Física em **2,06%**.
Representa o total de empréstimos, financiamentos, Títulos e Valores Mobiliários Privados e garantias concedidas [Implícito]. O indicador de crescimento anual (A/A) mede a expansão do volume de negócios de crédito do Banco [Implícito].
| Período (Final) | Crescimento A/A (%) |
|---|---|
| Mar/24 | 10,2% [Implícito] |
| Jun/24 | 13,2% [Implícito] |
| Set/24 | 13,0% [Implícito] |
| Dez/24 | 15,3% [Implícito] |
| 1T25 | 14,4% [Implícito] |
| 3T25 | 7,5% |
O crescimento da Carteira de Crédito Expandida atingiu picos acima de 15% (Dez/24) [Implícito] antes de mostrar uma **forte desaceleração** no 3T25, com crescimento de **7,5%** A/A. O saldo no 3T25 foi de R$ 1,28 trilhão [Implícito]. A Carteira de Agronegócios, apesar de ser um foco de risco, cresceu 3,2% em 12 meses (até 3T25) [Implícito], enquanto Pessoas Jurídicas e Físicas mostraram ritmos de expansão mais rápidos (7,9% a 10,4% A/A) [Implícito].