O Termômetro da Atividade Econômica Brasileira (Base: 2022=100)
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) é amplamente reconhecido como uma prévia mensal do Produto Interno Bruto (PIB). Ele serve como um termômetro essencial para o ritmo da economia e é a principal ferramenta que o Comitê de Política Monetária (Copom) utiliza para medir o hiato do produto — a diferença entre o que a economia pode produzir e o que está de fato produzindo. Sua pontualidade é vital para guiar as decisões sobre a Taxa Selic.
A novidade crucial em 2025 foi a divulgação dos dados setoriais desagregados (Agropecuária, Indústria, Serviços e Impostos), que permite uma análise muito mais rica sobre quais setores estão "puxando para cima" (push) ou "puxando para baixo" (pull) a atividade econômica.
Esta tabela mostra o índice de atividade dessazonalizado (SA), que remove os efeitos sazonais (como feriados e colheitas) para revelar a verdadeira tendência dos ciclos de negócios. O ano de 2022 é a base (Índice = 100).
Esta tabela ilustra a força de cada setor no acumulado de 12 meses, crucial para entender os vetores de crescimento de médio prazo da economia brasileira.
Análise da variação mais recente, crucial para entender o momentum da economia. O IBC-Br Total avançou $+0.40\%$ na margem (m/m-1), após quedas anteriores.
A análise do IBC-Br (Aug/2025) revela um cenário de desaceleração controlada. O crescimento anual acumulado de $3.24\%$ é um legado estatístico da força da Agropecuária. No entanto, a fraqueza interanual no IBC-Br *Ex-Agropecuária* (próxima à estagnação) confirma que a política de juros altos está surtindo o efeito desejado: conter a demanda doméstica e fechar o hiato do produto.
Para o restante de 2025, o principal desafio é transformar o impulso mensal da Indústria em uma recuperação sustentável e garantir que a resiliência dos Serviços não se esgote sob o peso das taxas de juros elevadas. A tendência atual sinaliza para a manutenção de um crescimento anual robusto (próximo a $3\%$ no total), mas com um ritmo subjacente mais lento, favorecendo a desinflação.