ANÁLISE DE PETROBRÁS Relatório de Múltiplos Financeiros Importantes - Petrobras

Relatório de 12 Múltiplos Financeiros Importantes (Consolidado)

Período: 1T2024 a 3T2025 (Valores em R$ milhões, exceto onde indicado de outra forma)

1. Receita de Vendas (Revenue)

A Receita de Vendas representa o valor total das vendas de produtos e serviços da companhia.

Múltiplo 1T2024 2T2024 3T2024 1T2025 2T2025 3T2025
**Receita de Vendas (R$ milhões)** 117.721 122.258 129.582 123.144 119.128 127.906

Houve um crescimento notável na Receita de Vendas do 1T24 (R$ 117.721 milhões) para o 3T24 (R$ 129.582 milhões). Em 2025, a receita manteve-se robusta, com o 3T25 registrando o maior valor do período analisado (R$ 127.906 milhões). O crescimento no 3T25 foi de 7,4% em relação ao 2T25.

2. Lucro Bruto (Gross Profit)

O Lucro Bruto é obtido deduzindo-se o Custo dos Produtos e Serviços Vendidos da Receita de Vendas.

Múltiplo 1T2024 2T2024 3T2024 1T2025 2T2025 3T2025
**Lucro Bruto (R$ milhões)** 60.701 61.047 66.578 60.709 56.679 61.117

O Lucro Bruto atingiu o pico em **3T24 (R$ 66.578 milhões)**. O 2T25 registrou o menor Lucro Bruto (R$ 56.679 milhões). Apesar da queda no 2T25, o 3T25 mostrou uma forte recuperação, crescendo 7,8% em relação ao 2T25, atingindo R$ 61.117 milhões. O Lucro Bruto em 2T25 foi impactado negativamente por Custos dos produtos e serviços vendidos de (R$ 62.449 milhões).

3. Margem Bruta (Gross Margin)

A Margem Bruta (Lucro Bruto / Receita de Vendas) indica a rentabilidade operacional antes de despesas administrativas, vendas e impostos.

Múltiplo 1T2024 2T2024 3T2024 1T2025 2T2025 3T2025
**Margem Bruta (%)** 51,6% 49,9% 51,4% 49,3% 47,6% 47,8%

A margem manteve-se tipicamente próxima de 50%. O 2T25 registrou o menor valor (47,6%), refletindo custos mais altos dos produtos vendidos (R$ 62.449 milhões).

4. Lucro Líquido (Net Income) (Atribuível aos Acionistas Petrobras)

O Lucro Líquido é o resultado final atribuível aos acionistas da Petrobras.

Múltiplo 1T2024 2T2024 3T2024 1T2025 2T2025 3T2025
**Lucro Líquido (R$ milhões)** 23.700 (2.605) 32.555 35.209 26.652 32.705

O 2T24 foi notavelmente afetado por um prejuízo líquido de R$ 2.605 milhões. O Diretor Financeiro comentou que o resultado líquido do 2T24 deve ser analisado à luz de **eventos que impactaram o resultado contábil, mas sem impacto relevante no caixa**, como a variação cambial e os impactos da adesão à transação tributária. Sem esses eventos exclusivos, o lucro líquido do 2T24 teria sido de R$ 28.048 milhões. O 1T25 registrou o maior lucro líquido do período (R$ 35.209 milhões), enquanto o 3T25 totalizou R$ 32.705 milhões.

5. Lucro por Ação (EPS) (ON e PN)

O Lucro por Ação é calculado dividindo-se o lucro do período atribuído aos acionistas da companhia pela média ponderada da quantidade de ações em circulação (ON e PN). O resultado básico e diluído por ação apresentam o mesmo valor devido à Petrobras não possuir ações potenciais.

Múltiplo 1T2024 2T2024 3T2024 1T2025 2T2025 3T2025
**Lucro por Ação ON e PN (R$)** 1,84 (0,20) 2,53 2,73 2,07 2,54

Refletindo o Lucro Líquido, o 2T24 registrou um prejuízo por ação de R$ 0,20. O 1T25 apresentou o maior EPS (R$ 2,73). O EPS do 3T25 (R$ 2,54) foi ligeiramente superior ao do 3T24 (R$ 2,53).

6. EBITDA Ajustado

O EBITDA Ajustado é uma medida suplementar de rentabilidade e geração de caixa operacional. É calculado como o somatório do EBITDA, participações em investimentos, *impairment*, resultados com acordo de coparticipação em áreas licitadas e resultado com alienação e baixa de ativos.

Múltiplo 1T2024 2T2024 3T2024 1T2025 2T2025 3T2025
**EBITDA Ajustado (R$ milhões)** 60.044 49.740 63.667 61.084 52.257 63.913

O EBITDA Ajustado foi impactado negativamente no 2T24 (R$ 49.740 milhões). Excluindo os eventos exclusivos, o EBITDA Ajustado do 2T24 teria sido de R$ 62.332 milhões. O 1T25 atingiu R$ 61.084 milhões. Os períodos de 3T24 (R$ 63.667 milhões) e 3T25 (R$ 63.913 milhões) apresentaram os resultados mais fortes.

7. Margem EBITDA Ajustado

A Margem do EBITDA Ajustado (EBITDA Ajustado / Receita de Vendas) mede a eficiência operacional em relação à receita.

Múltiplo 1T2024 2T2024 3T2024 1T2025 2T2025 3T2025
**Margem EBITDA Ajustado (%)** 51% 41% 49% 50% 44% 50%

A Margem EBITDA Ajustado manteve-se tipicamente na faixa de 49% a 51%, exceto no 2T24 (41%) e 2T25 (44%). O 2T24 foi influenciado por menores margens de diesel e gasolina, aumento das importações e de itens não recorrentes. A Margem EBITDA Ajustada sem eventos exclusivos para o 2T25 teria sido de 50,7%.

8. Retorno sobre o Capital Empregado (ROCE)

O ROCE (Return on Capital Employed) é calculado como Lucro operacional após impostos dividido pelo Capital Empregado Médio, medidos em US$ na visão LTM (últimos 12 meses).

Múltiplo 1T2024 2T2024 3T2024 1T2025 2T2025 3T2025
**ROCE (%) (LTM) (US$)** 10,4% 9,8% 9,2% 6,5% 6,0% 5,7%

O ROCE demonstrou uma tendência de queda significativa no período analisado. Caiu de 10,4% no 1T24 para 9,8% no 2T24 e se estabeleceu em 5,7% no 3T25. A queda no 2T25 (de 6,5% para 6,0%) foi de 0,5 p.p. em relação ao 1T25, indicando uma redução no retorno gerado pelo capital empregado.

9. Geração de Caixa Operacional (FCO)

O Fluxo de Caixa Operacional (FCO) representa os recursos líquidos gerados pelas atividades operacionais.

Múltiplo 1T2024 2T2024 3T2024 1T2025 2T2025 3T2025
**FCO (R$ milhões)** 46.481 47.170 62.720 49.338 42.424 53.655

A geração de caixa operacional manteve-se forte. O 3T24 registrou o maior FCO (R$ 62.720 milhões). A FCO de 3T25 (R$ 53.655 milhões) foi robusta. A queda do FCO no 2T25 (R$ 42.424 milhões) em relação ao 1T25 (R$ 49.338 milhões) é explicada principalmente pela ausência de créditos fiscais de PIS/COFINS utilizados no 1T25.

10. Fluxo de Caixa Livre (FCL)

O FCL corresponde ao fluxo de caixa operacional deduzido das aquisições de ativos imobilizados, intangíveis e participações societárias.

Múltiplo 1T2024 2T2024 3T2024 1T2025 2T2025 3T2025
**FCL (R$ milhões)** 32.428 31.881 38.042 26.040 19.245 27.015

A Petrobras demonstrou uma FCL robusta em 2024, atingindo o pico de R$ 38.042 milhões no 3T24. Em 2025, houve uma redução na FCL, especialmente no 2T25 (R$ 19.245 milhões), refletindo as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (R$ 23.170 milhões). O FCL no 3T25 foi de R$ 27.015 milhões.

11. Dívida Líquida / LTM EBITDA Ajustado

Este índice mede a capacidade da empresa de pagar sua dívida, comparando o Endividamento Líquido (calculado em US$) com o LTM EBITDA Ajustado (últimos 12 meses).

Múltiplo 31.03.2024 30.06.2024 30.09.2024 31.03.2025 30.06.2025 30.09.2025
**Dívida Líq / LTM EBITDA Adj (x)** 1,09 1,14 1,27 1,45 1,53 1,53

A alavancagem da companhia, medida em dólares norte-americanos, aumentou de 1,09x no 1T24 para 1,53x no 2T25 e se manteve neste patamar no 3T25. O aumento da alavancagem é atribuído ao crescimento da Dívida Líquida.

12. Dívida Bruta / LTM EBITDA Ajustado

Este índice relaciona a Dívida Bruta (Dívida Financeira + Arrendamentos) com o LTM EBITDA Ajustado.

Múltiplo 31.03.2024 30.06.2024 30.09.2024 31.03.2025 30.06.2025 30.09.2025
**Dívida Bruta / LTM EBITDA Adj (x)** 1,22 1,27 1,27 1,67 1,78 1,83

A relação Dívida Bruta/LTM EBITDA Ajustado demonstrou uma trajetória de aumento, passando de 1,22x no 1T24 para 1,83x no 3T25. O crescimento de 3,2% no 3T25 (1,83x) em relação ao 2T25 (1,78x) reflete a estratégia de gerenciamento de passivos da companhia, que visa melhorar o perfil de amortização e o custo da dívida.

**Para esclarecer tópicos complexos:** Pense nos múltiplos de dívida, como Dívida Líquida/LTM EBITDA Ajustado, como um **termômetro de resiliência**. Se a alavancagem aumenta (o termômetro sobe de 1.09x para 1.53x), isso sugere que, em relação ao quanto a empresa gera de caixa (EBITDA), ela está se tornando proporcionalmente mais "pesada" em dívidas.
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