Este relatório tem como objetivo analisar os principais indicadores de desempenho da Telefônica Brasil (Vivo) durante o período do primeiro trimestre de 2024 (1T2024) ao terceiro trimestre de 2025 (3T2025). O documento apresentará cada indicador com uma definição clara, uma tabela de evolução trimestral e um comentário sobre os resultados, visando facilitar a compreensão da performance financeira e operacional da companhia.
A Receita Operacional Líquida representa o valor total faturado pela empresa com a venda de seus serviços (como telefonia móvel e fixa, banda larga de fibra) e produtos (aparelhos), após a dedução de impostos, devoluções e descontos. É o principal indicador do volume de negócios da companhia, refletindo diretamente a sua capacidade de gerar vendas a partir de suas atividades principais.
| Trimestre | Receita (R$ milhões) |
|---|---|
| 1T2024 | 13.546 |
| 2T2024 | 13.679 |
| 3T2024 | 14.037 |
| 4T2024 | 14.592 |
| 1T2025 | 14.390 |
| 2T2025 | 14.645 |
| 3T2025 | 14.949 |
O resultado do 3T2025, com uma receita de R$ 14.949 milhões, evidencia uma tendência de crescimento consistente ao longo do período analisado. A alta de 6,5% em relação ao mesmo período do ano anterior (a/a) foi suportada pela forte performance das receitas de pós-pago, fibra (FTTH) e do segmento de dados corporativos, TIC e serviços digitais. Esse desempenho é particularmente positivo, pois o crescimento está concentrado em segmentos de maior valor agregado e margens superiores, sinalizando uma melhoria na qualidade da receita da companhia. Embora o crescimento da receita seja fundamental, a capacidade da empresa de transformar esse faturamento em lucro operacional é o que define sua verdadeira eficiência. Para avaliar essa performance, o próximo passo é analisar o EBITDA.
EBITDA é a sigla para Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização. Este indicador é crucial para avaliar a geração de caixa operacional de uma empresa de capital intensivo como a Vivo, pois exclui efeitos financeiros e contábeis que não representam saídas de caixa, como a depreciação de ativos (redes, equipamentos, etc.).
Margem EBITDA é um indicador de eficiência que mede qual percentual da receita se transforma em EBITDA. Uma margem crescente indica que a empresa está se tornando mais lucrativa em suas operações principais.
| Trimestre | EBITDA (R$ milhões) | Margem EBITDA (%) |
|---|---|---|
| 1T2024 | 5.277 | 38,9% |
| 2T2024 | 5.455 | 39,9% |
| 3T2024 | 5.909 | 42,1% |
| 4T2024 | 6.199 | 42,5% |
| 1T2025 | 5.704 | 39,6% |
| 2T2025 | 5.933 | 40,5% |
| 3T2025 | 6.378 | 42,7% |
O EBITDA de R$ 6.378 milhões no 3T2025, com uma margem de 42,7%, demonstra um forte controle de custos e a capacidade da empresa de gerar alavancagem operacional, expandindo a lucratividade a um ritmo superior ao crescimento da receita. A partir da análise da geração de caixa operacional, é fundamental observar o resultado final da empresa, que considera todos os custos e despesas. Para isso, avançamos para a análise do Lucro Líquido.
O Lucro Líquido é o resultado final da empresa em um determinado período, obtido após a dedução de todas as despesas, incluindo custos operacionais, despesas financeiras (juros de dívidas), impostos, depreciação e amortização. Este indicador é a medida definitiva da rentabilidade da companhia e representa o valor que pode ser distribuído aos acionistas ou reinvestido no negócio.
| Trimestre | Lucro Líquido (R$ milhões) |
|---|---|
| 1T2024 | 896 |
| 2T2024 | 1.222 |
| 3T2024 | 1.667 |
| 4T2024 | 1.617 |
| 1T2025 | 1.059 |
| 2T2025 | 1.344 |
| 3T2025 | 1.888 |
O Lucro Líquido de R$ 1.888 milhões no 3T2025 representa um crescimento de 13,3% em relação ao mesmo período do ano anterior (a/a). Esse desempenho está diretamente relacionado ao forte resultado operacional (EBITDA) e ao controle contínuo de custos, que permitiram à empresa converter o aumento de receita em maior lucratividade final. Para sustentar o crescimento futuro da receita e dos lucros, a empresa precisa investir continuamente em sua infraestrutura, o que nos leva à análise do CAPEX, que detalha esses investimentos.
CAPEX é a sigla para Capital Expenditures, ou Investimentos em Bens de Capital. Para a Vivo, esses recursos são direcionados principalmente para a expansão e modernização de suas redes, como a ampliação da cobertura 5G e o aumento da rede de fibra óptica (FTTH). Os valores apresentados aqui excluem os efeitos de arrendamentos (IFRS 16), focando nos aportes diretos em ativos.
| Trimestre | Investimentos (R$ milhões) |
|---|---|
| 1T2024 | 1.874 |
| 2T2024 | 2.341 |
| 3T2024 | 2.495 |
| 4T2024 | 2.456 |
| 1T2025 | 1.869 |
| 2T2025 | 2.439 |
| 3T2025 | 2.378 |
No 3T2025, a Vivo investiu R$ 2.378 milhões, mantendo um forte ritmo de aportes para garantir sua liderança tecnológica. Os investimentos foram direcionados ao reforço da rede móvel 5G e à ampliação da rede de fibra, que atingiu 30,5 milhões de casas passadas no período, preparando a infraestrutura para o crescimento contínuo dos serviços. A realização desses investimentos estratégicos está intimamente ligada à estrutura de capital da empresa, sendo crucial analisar a Dívida Líquida para entender como são financiados e qual a saúde financeira da companhia.
A Dívida Líquida é um indicador de saúde financeira que mede o grau de endividamento de uma empresa. Ela é calculada pela soma de todos os empréstimos, financiamentos e arrendamentos (IFRS 16), subtraindo o caixa e as aplicações financeiras disponíveis. Um valor baixo ou negativo (posição de caixa líquido) geralmente indica uma estrutura de capital sólida.
| Fim do Trimestre | Dívida Líquida (R$ milhões) |
|---|---|
| 1T2024 | Dado não disponível |
| 2T2024 | 11.302 |
| 3T2024 | 12.258 |
| 4T2024 | 13.803 |
| 1T2025 | Dado não disponível |
| 2T2025 | Dado não disponível |
| 3T2025 | 11.101 |
Ao final do 3T2025, a Dívida Líquida da Vivo era de R$ 11.101 milhões. É importante notar que, se desconsiderados os efeitos dos arrendamentos (passivos relacionados ao aluguel de torres e lojas), a companhia registrou uma posição de **caixa líquido de R$ 2.997 milhões**. Isso indica uma estrutura de capital saudável e uma baixa dependência de dívidas financeiras tradicionais.
A análise dos indicadores da Vivo de 1T2024 a 3T2025 demonstra a execução bem-sucedida de uma estratégia focada em crescimento de alto valor e disciplina operacional. Os dados revelam uma expansão consistente da receita, impulsionada pelos segmentos de maior valor, como pós-pago e fibra. Esse crescimento é acompanhado por uma melhora na eficiência, refletida na expansão da margem EBITDA e do lucro líquido. Ao mesmo tempo, a empresa mantém um ciclo de investimentos estratégicos em suas redes 5G e FTTH, fundamentais para a sua competitividade futura, enquanto preserva uma estrutura de capital controlada e saudável.